segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Uma ilustração para ajudar a Ajudaris: "A menina invulgar"

Pelo segundo ano consecutivo, vários ilustradores contribuiram voluntariamente com o seu trabalho na angariação de fundos para a Associação Ajudaris, uma associação sem fins lucrativos cujo objectivo é a promoção de diversas actividades de carácter social e humanitário, que contribuam para o atenuar dos graves problemas existentes na Sociedade actual, indo actuar em áreas tão específicas como a do auxílio no combate à pobreza persistente e às novas formas de exclusão social, bem como, visando a criação e manutenção de diversas Respostas Sociais. A cada um dos ilustradores coube ilustrar um conto escrito por um grupo de crianças de uma determinada escola, a publicar em livro. Este ano, a minha história foi esta:

"A menina invulgar"
               Um conto escrito pelos alunos do 4º ano do Colégio de Nossa Senhora da Bonança
"A menina invulgar"
Técnica mista sobre MDF
43x19 cm


Era uma vez uma linda árvore onde nasciam frutos e pássaros de várias cores. Num dia normal, igual aos outros, nasceu um pássaro novo: a sua cor era verde.
Passaram vários anos e o pássaro foi crescendo. Aprendeu a cantar, dançar, falar, andar e a voar.
Numa sexta-feira, a árvore, que era a mãe do pássaro, foi às compras. Nessa altura, o pássaro estava a dormir e acordou com bastante fome. Não havia nada para comer, pois era a mãe que lhe dava a comida. Olhou à sua volta e viu uma bela pêra caída no chão. Não sabia se a pêra era boa, mas com a fome que tinha, não hesitou. O sabor da pêra era estranho.
– Mmmm... que sabor é este? Sabe a... a... já sei! A uma espécie de côco com baunilha! Mas se tirar a parte amarga, até é bom! – gritou o pássaro.
De repente, sentiu algo estranho a acontecer. Olhou para as águas do rio e viu uma linda menina com cabelos verdes e olhos azuis.
Logo a elogiou:
– Olá! Que linda és! Como te chamas? E por que é que dizes tudo o que eu digo? Como é que sabes o que vou dizer a seguir?
De repente apercebeu – se que era o seu reflexo que via nas águas e depressa exclamou:
- Espera, sou eu!!!!!! O que é que se passa comigo? Sou uma miúda! Mas pelo menos ainda continuo a saber voar! Tenho de ir contar à mãe.
A dona árvore chegou das compras cheia de sacos. Mal viu a menina em frente ao espelho, disse:
– Olá, o que fazes aqui?
– Mãe, sou eu, o teu filho! - respondeu o pássaro.
– Mas o que te aconteceu, filho? – disse a mãe árvore preocupada.
– Estava cheio de fome e vi uma pêra, então comi-a. Sabia-me a côco com baunilha. Quando acabei de comer, transformei-me em menina! – gritou o pássaro aflito.
– Não te preocupes, filho ou filha, eu vou sempre amar-te da forma que és! – disse a mãe orgulhosa.
Passados alguns anos a menina pássaro ia todos os dias sentar-se num ramo da sua mãe e conversar com ela.

1 comentário:

  1. Gostei desta história. è simples, mágica. Mais uma forma de ensinar a aceitarmos quem é "diferente" mas tambem igual.
    Continuem a pesquisar e a partilhar coisa como estas.
    Parabens!
    Ana dias

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